Estava deitada na cama, pensando na vida... e me deixando levar pelas canções cantadas no meu ouvido.
Uma playlist perfeita ao meu gosto.
Depois de várias músicas, peguei no sono.
No meu sonho, eu estava me arrumando, me observando no espelho. Sorrindo, me maquiando e ajeitando meu cabelo. Eu estava indo fazer o que mais gostava de fazer.
Ainda não havia descoberto o que era, mas podia sentir.
De repente, me vi afinando meu violão, enquanto fitava o meu teclado no fim do recinto.
Uma buzina no fundo me chamava atenção, fui a janela entender... e em um pulo, desci e entrei no carro.
Lá dentro estava meu amor, meu amigo, Igor Lopes, (meu futuro marido)... estava sorrindo, me perguntando se eu estava pronta.
No meu peito um sentimento de ansiedade, o nervosismo promovia o enfraquecimento e um terremoto em minhas mãos. As mesmas suavam.
Ainda não entendia o porque.
Depois de alguns minutos, chegamos a uma pequena casa, com um letreiro.
Um pequeno aglomerado estava à porta do local.
E então Igor disse:
_ Orarei por você! Faça o que gosta de fazer. Sei que se sairá bem. Acredito em você, e estarei aqui... até o final da apresentação. Atéééé o final de tudo!
E ele sorriu, sorriso pelo qual me apaixonei. Torto, e sucintamente estonteante.
Desci do carro, com a borda do meu vestido quase que tocando o chão. Estava com um penteado diferente.
(Observei no retrovisor)
Foi estranho. Como se fechasse os olhos no sonho, e de repente estava num relevo, uma parte mais alta. Já que não parecia tanto um palco.
Avistei um lindo piano de calda à minha frente, e um pequeno contigente abaixo do "palco". Os saudei, e confessei meu nervosismo.
Fechei meus olhos, e comecei a "pintar" no piano a música "Let Your Light Shine" da Bethany Dillon (minha música preferida). Fiz um cover. Comecei a cantar. Meus ouvidos mal reconheciam minha voz. Não cantava assim há anos. Minha voz foi desgastando com o passar do tempo, e a perdi no canto. Nunca mais havia cantado assim.
Senti as lágrimas brilhando em meu rosto, fazendo meu coração explodir de regozijo.
Não porque pessoas me viam, ou porque tinha um palco. Mas porque eu podia cantar... não fazia idéia de como isso me fazia feliz.
Infelizmente, eu acordei. Olhei no espelho, e senti a angústia de alguém que perdeu este sonho de cantar. Eu cantava quando criança, e não gostava. Não sabia como isso me faria falta um dia.
Não consigo mais cantar. Tenho calos nas cordas vocais.
Não sei quando poderei operar. Sinto-me triste... queria expressar como me sinto com uma canção.
Mas a vida prossegue, e meu sonho ainda reside em mim. Não importa se cantarei para os outros, mas preciso cantar para minha alma, e reacendê-la!
Escrito por
Anônimo
comentários (0)