Filosofias e lembranças da Pri

Minha mente nunca foi tão aberta à visita assim antes.

Passado não é algo que se possa amassar, ou que se ponha num saco preto e deposite no lixo.
Bem que poderia ser assim.
Talvez você seja mais forte do que eu, ou mais esperto. E não permita que o passado se auto-rebobine e transite em sua mente com frequência. Isso tem me deixado com medo. Trouxe de volta uma pessoa que dei adeus há meses atrás.
Meus medos, meus pesadelos voltaram, e isso... em pleno fim de ano!
Sim, agora é a decisão, agora é a hora de escolher.
Calma, foi uma introdução pesada, não foi?! rs
Pois bem. Vamos falar de uma maneira que seu coração não se desespere, e que sua mente não viaje tanto nas possibilidades das idas e vindas da vida.


Voltamos à época em que traçamos planos, e tomamos novas decisões.
Montamos uma nova postura, e revisamos nossos princípios.
Tempo em que desenhamos todos os nossos sonhos e desejos de volta no caderno surrado.
Pensamos nas pessoas, pensamos na vida, pensamos em nós.
Um outro ano, que pode ser melhor ou pior que esse. Pode ser.
Talvez os momentos deste novo ano lhe deixe marcas inesquecíveis. Talvez de dor, talvez de emoção.
Lembranças de dor, lembranças de alegria.
Tempo em que pra uns nascem um fio de cabelo branco, e pra outros saem o chamado para o teste do pézinho.
O relógio não se trava, não nos dá um tempinho para realizar coisas, e dizer: Pronto, pode começar!
Revisamos nossas escolhas, construímos novos roteiros.
E como se não bastasse, buscamos a filosofia ao fundo disso.
Enquanto uns dizem: "Carpe Diem!", outros dizem: "Dane-se, eu sou um perdedor. Cansei de tentar".
Enquanto pessoas acordam em pleno dia de chuva, e abrem um sorriso que não se nota a ausência do sol, outros acordam resmungando e deixando de lado o fato da vida.
Ela pode ser desajeitada, e surpreendente. As vezes as surpresas mais amargas.
Ela pode ter sua imposição de montanha russa, nos levando para cima e para baixo. Sorrateiramente as vezes, e eu outras como um solavanco.
Mas a beleza não está no poder, propriamente dito.
O dinheiro, a fama, nada que faça o ser humano cem por cento feliz.
Mas sim no poder.... no poder de fazer outras pessoas felizes. No poder de alcançar seus sonhos.
E na linda honra de ter entre suas qualidades a paciência. A esperança, algo que espero cultivar.
Já a perdi por inúmeras vezes. E pensei que se eu parasse de tentar, seria bem mais fácil.
Aceitar que não sou capaz.
Mas foi aí que me enganei. É muito mais trabalhoso acordar chorando, e ficar por horas evitando meus afazeres para desenrolar a angústia dentro de mim.
Demora mais fingir sorrisos, diante de faces reluzentes.
Então eu decidi, que talvez 2011 não traga a realização de todos os meus sonhos. Talvez seja um ano ruim, talvez ótimo. Talvez seja um ano de reset total! Em que tudo mude, e não fique nem mesmo as roupas que usei em 2010 no guarda-roupa.
Talvez eu não consiga fazer nem uma parte dos meus planos. Eu sei disso tudo.
Sei das minhas chances.
E sei que não sou o ser humano mais capaz, ou o mais inteligente, ou o mais perfeito.
Mas... compreendi que eu preciso lutar.
Então esse ano talvez, seja um ano só de lutas. Talvez não seja tão doce, como o algodão-doce.
Ou nem tão brilhante como uma maçã-açucarada-do-amor.
Mas eu sei, que certas coisas vão se repetir para me derrubar. Talvez até consigam me atingir,  me deixar emotiva, e cabisbaixa. Mas eu espero, que não tirem de mim a vontade de continuar tentando andar.
Ou simplesmente a vontade de ficar de pé. Pois aqui é meu lugar. Bem no centro da batalha. Não para aparecer, mas para me tornar mais forte a cada ano que se passa.

Não, esse não é apenas um texto sobre pessoas que morrem. Mas também sobre pessoas que simplesmente não voltam para o dia seguinte. Quer queiram tenham ido para outro lugar, ou simplesmente quer mudemos de setor no nosso trabalho.
É incrível como em tão pouco tempo criamos um laço, um vínculo firme de amizade com alguém.
São tantas as vezes em que somos traídos, ou apunhalados por pessoas que outrora chamamos de amigos.
Muitas vezes a confiança é algo que não conseguimos oferecer a uma nova pessoa que chega na nossa vida. Porque muitas vezes também o passado nos cega.
Mas então, eu me sento de frente para o pc, e permito que minha mente traga de volta "à minha frente", pessoas que já não vejo há um bom tempo.
Amigos até mesmo de jardim de infância. rs
Sim, eu me lembro de alguns.
Cada pessoa que cruza em nosso caminho traz uma coisa única, que fixa em nós, e nos ensina como andar.
Cada amigo que eu já tive na vida me ensinou alguma coisa. Me mostrou que não há só problemas, e também, que eu não estava sozinha. Nossas experiências serão sempre lembradas.

Quando eu estudava na segunda série, eu experimentei o que era ser "café-com-leite" no pique-pega. Noooosssaaa...você se lembra do "café-com-leite"?! rs
Ninguém queria ser, óbvio. E lógico que eu também não gostava de ser.
Eu tinha meus momentos de brincadeira, e momentos sérios. Mas naquela época eu nem sabia amarrar meus sapatos. rs
Eu não tinha amigos, com exceção de uma prima minha, Ana Carolina. Ela não era só prima, era como uma irmã pra mim. A única pessoa que eu tinha pra brincar, quando criança. Eu não tive aquela experiência de vôlei, ou queimado com crianças na rua numa tarde de domingo.
Quando fui para a terceira série, eu ainda era meio-autista. rs
Não me relacionava com amigos ou amigas. Sempre fui mais quieta e séria. (Quem me conhece pessoalmente, certamente irá estranhar esse fato. rs)
Mas sim, eu era quieta e séria. Não tinha muitos amigos. Na verdade, só minha prima.
E então eu cheguei ao segundo ano do ensino médio, e naquela época as coisas não eram nada fáceis. Uma adolescente "florescendo" em tempos de rebeldia. Tudo o que eu queria era rock e gritar.
Mas calma, cadê aquela menina séria e quieta?!
Pois bem, eu sofri porque prendia dentro de mim todos os meus medos, e fracassos.
Quis várias coisas pra me livrar disso. Mas nada que fosse me livrar de fato.
E então eu conheci Carolina Merat. Calma, não me estranhe. rs
Ela era uma pessoa completamente ao contrário de mim. Extravagante, exagerada, falante, desajeitada, alegre, altas gargalhadas, e um jeito diferente de lidar com as coisas que a colocavam para baixo.
Um dia, eu confessei a ela que queria pular de um prédio. Ela me puxou pelo braço, me sacudiu, e disse: Você é louca, garota?! Você vai fazer uma coisa pra mim.
Ponha os fones de ouvido, na música que mais gosta, ponha no último volume, e quando quiser pular novamente, pule em cima da cama. Pule até cansar!

Nossa, jamais imaginaria que uma atitude tão "ridícula" como aquela me ajudaria em alguma coisa.
Ela me ajudou a ser quem eu queria ser de verdade. A não me abarrotar de sentimentos ruins dentro de mim.
Quis ser como ela. Sem medo das coisas, e livre.
E então, disse que ela seria pra sempre a minha melhor amiga. Mas eu saí daquele colégio. E depois de alguns anos, posso dizer que ela é uma forte e boa lembrança. Alguém que me ajudou a entender algumas coisas.
Assim como Guilherme Lial. Um garoto chamado como "turista" no colégio. Alguém que não queria nada com nada. Mas uma coisa posso dizer, ele era muito inteligente. Rebelde, e gostava de um bom rock.
Ríamos, colávamos, matávamos aula, junto com o pessoal.
Ótimas lembranças, e uma amizade memorável.
Assim como Wandré Santana. Quando eu mais precisei, e não havia ninguém, ele estava lá.Com a mão estendida, com um abraço que poderia partir todos os meus ossos numa fração de segundos. Um irmão gêmeo, mas não de físico, mas sim de alma, de coração. Um menino ridículo, e chato. Que sabe me irritar como ninguém. Me chama de hobbit, e é humilhado por mim no "pump it up".
Adora artes marciais, acho que é por isso que ele é doido. Deve ter sofrido com um belo golpe na cabeça. rs Mas eu agradeço a esse golpe.
Com ele eu aprendi muuiiiitas coisas. Inclusive ajudar, e ser especial pra alguém.
Pra não falar palavrão perto de mim, usa expressões como "punk", "hardcore" e etc. rs. Se me ver falando isso, agora vai saber. Meu melhor amigo.

Eu posso dizer que eu tive os melhores amigos do mundo, ao longo de toda minha vida. Não, eu ainda não morri, e nem estou com 70 anos de idade. rs
Também sei, que ainda terei muitos amigos, e sei que irei aprender alguma coisa com cada um deles.

Todas as pessoas que passaram por mim, deixaram uma marca. E com elas, eu me lembro de todos eles. Porque não foram pessoas qualquer. Foram gente que me ensinaram a ser uma pessoa melhor.
A viver nas regras, e a saber a hora de deixá-las de lado. Me ensinaram a querer viver, mesmo se estiver num dia de lágrimas. Pessoas normais, que passam por ai, mas que têm um valor enorme na minha vida.
Agradeço, mesmo que não estejam mais presentes, ou se estiverem e o tempo que fiquemos juntos não seja mais o mesmo. Saiba que eu amo você. E eu não sou mais a mesma depois que conheci vocês. Nunca mais eu fui "café-com-leite" na vida de alguém. Despedidas são muito difíceis, e fazem sofrer. Mas quero que saibam uma coisa, se um dia as coisas não forem mais as mesmas, se não nos vejamos com a mesma frequência, ou se (Deus nos livre e guarde) houver alguma fatalidade, não se preocupe, você não será esquecido. Porque dentro de mim, ou por fora, ou por qualquer parte na minha vida, há uma partezinha de você, que me faz ser quem sou. Obrigado a todos por simplesmente existirem, e por fazerem, ou terem feito parte da minha vida. Contem comigo, do mesmo jeito que eu sempre soube que poderia contar com vocês. O tempo leva o corpo, mas o coração de vocês sempre estará interligado com o meu.

E se aproxima o fim de ano. E o que mais se ouve agora são aquelas promessas: Nesse novo ano eu vou realizar meus sonhos.Vou fazer isso e aquilo, e vou me esforçar.

Será que as pessoas não aprendem?!
Existem duas coisas diferentes: Sonhos e Desejos.

* Desejo: É algo que queremos. (Dããããã. rs)
Algo que vemos num comercial, ou pensamos em fazer.
Algo que vem nos nossos lábios como um sabor, e corremos para o mercado para comprar. Algo que pensamos em como seria bom fazer. Mas é só. Não vem do fundo. Ah, Pri, como assim?! - Eis o sonho...

* Sonho: Vontade não só da mente, não da família, não de um sonho de uma noite, não de uma coisa ouvida.
Pode até ser de uma das coisas que mencionei ainda. Mas ele não aparece repentinamente. Ele vem crescendo, e crescendo. Dentro de nós, nosso coração...dentro da nossa alma.
E nos faz querer ser melhores pra obtê-lo por merecimento. Ou nos move aos nossos extremos para agarrá-lo. Não. Eu quero evitar um pouco de filosofia nesse post. Talvez seja difícil. rs Mas... a questão é que quero trazer isso para o maior nível de realidade possível.
O sonho é como uma chama acesa dentro da gente. Quanto mais lenha, seja ela dificuldades, críticas, e ignorância alheia, só a aumenta, e a aquece.
Sonho é algo que nos impõe quebrar barreiras. Sermos o melhor que pudermos para alcançar, independente se aquilo parece inalcançável, ou não.

Com isso tudo, o que eu quis dizer?!
Que agora, pra esse novo ano, não disperdice chances pelo que você ouve, ou pelo que vê.
Nós vemos sonhos apodrecidos por pessoas que não acreditam em si mesmas, e perderam a fé.
Porque acharam que já tentaram o bastante. Porque se sentem cansados.
Não posso me intitular: A Esperançosa. Porque eu já me sentei, susperei, e disse: Não dá. Já tentei.
Mas eu acordei para me lembrar do que é sonho de verdade.
As vezes você tem um desejo e confunde com sonho. Mas sonho é algo que nós não desistimos, porque tá lá dentro, fazendo parte da alma.
Então, eu sei que o passado foi difícil. E sei que o presente é, e sei que o futuro também será.
Existem pessoas andando por aí com "coma" emocional. Deixaram essa parte em si inativa, por não acreditar mais nas coisas. Acreditar que até mesmo os sentimentos mais lindos, como o amor, só servem pra machucar. Sim, machuca. Sim, dói. Mas não é pra ser fácil. Nada é fácil, nem de mão beijada. Até as coisas mais "sortudas" tem um preço a se pagar.
"A vida é bonita, e é bonita" sim. Mas tem seus dias cinzentos, seus dias nublados.
Dias em que são questinados todos os acontecimentos na sua vida.
A questão é se você pode reagir, ou se ao menos quer. Ou se já deu pra você.
Uma coisa: Você precisa confiar em Deus, e em si. Porque na maioria das vezes receberá pedradas por todos os lados, de parentes, e até "amigos", todos os dias.
Mas você precisa provar, não para os outros, mas para si mesmo, de que seus sonhos são importantes pra você. Que eles te fazem uma pessoa melhor. Que você irá se sentir mais confortável e feliz.
Não quero te desanimar. Mas esse ano novo pode ser (desculpe-me pelo meu linguajar peculiar) uma "bosta". Ou pode não ser. Você pode crescer, ou pode diminuir. Mas o que você deseja? E o que sonha?
Se acha que um sonho nunca será real, então é apenas desejo, meu caro.
Porque quando é sonho, você vai até o fim. Arrebentando todas as cordas que te amarram para lhe deixar incapaz. Você chora, você sofre. Mas você acredita,que você merece.
Então, não deixe que esse seja um ano dos mesmo planejamentos de sempre. Só ponha no top da sua lista os seus verdadeiros sonhos. Aquilo que te faz feliz, e arde dentro de você, e lute por eles. Mas não se cobre pelo seu dia inteiro. Saia, se divirta. Porque aquele que acredita de verdade, sonha com alma e coração, sabe que tudo é apenas uma questão de tempo.

"Os melhores sonhos são aqueles em que sonhamos acordados".

Ame, mesmo o seu coração rasgado pode ser suturado.
Sonhe, mesmo enferrujado, e sentado a "mercê", ainda tem tempo de alcançar.
Pra esse novo ano, tente criar na prática histórias para contar para os seus netos.
E se arrisque outra vez. Não deixe o passado te guiar. E nem mesmo o futuro em si. Mas sim o agora.
Acredite que tudo pode ser diferente sim. Depende da vitalidade dos seus sonhos, e do quanto você é capaz de lutar por eles, não deixando de ser quem é. #fikdik

Sabe, acabei de assistir ao filme "Diário de uma Paixão". E esse filme me tocou profundamente, e me fez relembrar uma história que eu vi há uns anos atrás. Permita-me contá-la.
Se quiser ouvir uma história previsível como as dos filmes de esportes, em que sempre tem vitória no final, então nem fique. Porque nem sempre tem sorrisos em alguns pontos finais. Durante algumas linhas trarão o sentimento de amargas lembranças, sem uma vitória triunfal.
Mas, se acalme. Não há apenas tragédia. Aliás, o amor verdadeiro não é aquele que se faz na Tv. E sim, aquele que faz o seu coração pulsar, seu sorriso se expandir instantaneamente, você saber quem você é, e se sentir a pessoa mais boba e feliz do mundo, quando seus olhos se deparam com uma pessoa que você não imaginou que seria. Pra uns sim, talvez. Mas, pra outros, seria qualquer outra pessoa. Porém, quando você o encontra, tem a certeza. Que não importa como o vento dance, ou a direção pra que ele leve a vida. Mas importa que aquilo, esse forte sentimento, terá sempre um lugar dentro de você. E não importa pra onde o seu corpo vá, seu coração sempre saberá a verdade.
Eu tenho aprendido com o meu "amigo", Nicholas Sparks, que amor, de fato, não é o que se vê banalizado, ultimamente, mas sim algo que faz um pra sempre ser real, independente das circunstâncias.
Então, deixe-me contar algo que vi há uns anos atrás.



Conheci uma menina, que desde pequena era quieta e tranquila. Embora não tenha se sentido totalmente livre durante algumas vezes, estava acostumada com sua vida.
Tinha uma vocação, e o dom de adorar a Deus.
Mas ainda assim, sentia que lhe faltava algo.
Até que um dia viu todo o mundo em que pisava girar numa outra direção.
Uma direção desconhecida. E ela era acostumada com aquela mesma rotina há anos. Se sentiu extremamente afetada, e tentou negociar. Mas não teve jeito.
Teve de sair da igreja que era há 11 anos. E viu toda a sua infância de um meio diferente. Parecia, e se sentia alguém diferente.
Bom, isso ocorre quando vemos uma mudança drástica na nossa vida depois de tantos anos num certo ponto.
Mas enfim, prossigamos.
Ela vestiu uma roupa qualquer, pois agora isso era o que menos importava. Estava no ápice do início da sua revolta.
Entrou na nova igreja, e se sentou ao fundo. Triste, observou o local, as pessoas que estavam lá, e por fim, o culto findou.
Entrou no carro com sua família, e trouxe a mente todos os que estavam naquele local. Sem nenhuma surpresa, a vida permaneceu a mesma durante alguns meses.
Até que ela começou a ouvir um ritmo diferente. Em que fazia seu sangue ferver, e a enxergar as coisas de um modo diferente. Ele lhe trazia um certo gosto de liberdade, mas acabou lhe afastando de quem era quando se dedicava a Deus.
Não que o ritmo lhe afastava de Deus. Mas os últimos acontecimentos lhe rasgavam por dentro.
Em dezembro de 2002, ela recebeu um bilhete de um menino estranho. Bem, até o momento ainda era estranho pra ela.
Um garoto que tocava um teclado cheio de figurinhas, e usava um aparelho que não lhe permitia escondê-lo.
Eram apenas crianças. Ela tinha 12 anos, e ele 14.
Ela pegou o bilhete com pura euforia esbanjada em sua face, e correu para uma das divisões da igreja e na mesma hora se pôs a ler.
O bilhete dizia que ele estava gostando dela de uma maneira diferente, e que desejava que ela permanecesse naquela igreja para que um dia pudessem ficar juntos.
O pai dela, obviamente, não gostou nem um pouco da história. E ao saber de tudo, logo lhe impôs uma série de proibições. Certa feita, ela levou uma surra ao chegar em casa, pelo simples fato do pai tê-la visto olhando para o rapaz.
Parecia tudo uma paquera de criança. Ao menos era do que todos chamavam na época.
E então tudo começou. Com o pai lhe impedindo de falar com ele, de vê-lo, e de ao menos estar perto dele, tudo que lhe restou foi escrever pra ele. Ao passar por ele na hora de ir embora, sentia sua pele arder, e queimar, e aos poucos lhe trazer algo nunca conhecido por ela, ao passar sua mão na dele pra despejar suas cartas.
E se passaram meses, em que tudo que lhe restava era se sentar na rede de sua varanda e reler o que queria ouvir dos próprios lábios dele, mas não podia.
Apareceu uma menina, que começou a gostar dele. Mas como a história rege, ele não se interessou por ela. Ela começou a fazer ameaças e a espalhar falsos boatos, em que acabaram piorando a situação dos dois.
O pai dela a chamou, e mais uma surra aconteceu.
Não adiantava o que falasse, o pai já estava cego pela raiva de toda a história indesejada por ele.
Logo tudo piorou, e as surras foram ficando mais constantes. E ela teve de tomar uma decisão dolorosa.
Escreveu uma carta pedindo que se afastassem por um mês, até as coisas melhorarem um pouco. Talvez você me pergunte. Como se afastar mais?!
Pois é. Sem bilhetes, sem olhares, sem toques, sem nenhum resquício de sentimento.
Foi difícil, mas suportaram. E então mais boatos, e mais surras.
Até que um dia, seu pai lhe surpreendeu na igreja, e a chamou para uma das divisões da mesma.
Lá ela se deparou com a criadora dos boatos. Quem lhe odiava. E quando pensou em se sentir aliviada, pois o pai faria justiça, o pai se pôs a brigar com ela na frente da outra menina. E por fim, depois que muitas lágrimas já tinham sidas derramadas naquela sala, ele mandou que a filha pedisse desculpas à menina que lhe fez todas as ciladas. Já que a menina afirmou que ela havia sofrido pelas mãos da filha dele, e não vice-versa.
Mesmo que amasse ele, mesmo que ele ainda fosse um de seus objetivos, mesmo que em uns dias atrás tinha dito pela primeira vez de sua vida um "Eu te amo" à alguém, e sem nenhuma sombra de dúvidas, tomou uma difícil decisão.
Era preciso. Pediu que ele se afastasse por completo, e lhe disse que não queria, e nem esperaria por mais nada. Achou que o caminho a seguir era abandonar aquela história.
Então meses se passaram, e por um lado o sofrimento era um pouco mais ausente, mas por outro lado, era uma chama que derretia-lhe por dentro suas esperanças, e seus sonhos. Ela havia perdido, ou deixado ir o seu maior sonho. O seu amor.
Ouviu a mãe dizer em uma conversa com a mãe dele que ele estava abatido, e estava sofrendo. Então só ai viu a hipocrisia de seu plano.
O sofrimento não consistia em permanecer sofrendo falsas acusações, e surras semanais. E sim na ausência de seu sorriso doce de criança. Aquele sentimento forte dentro de si, que queria lhe levar a algum lugar.
Então pegou o telefone e lhe enviou uma mensagem de desculpa. Lhe avisando que sabia o que queria, e que o amava.
Então os dois retomaram os bilhetes e o tempo de espera.
Agora só faltava mais um ano, já que o pai lhe mandou esperar pelos 16 anos.
Ela não tinha estado com nenhuma outra pessoa. E nem queria depois de conhecê-lo.
Ele também ainda não tinha sentido por outra pessoa o que sentia por ela. Ele a amava muito, e esteve disposto a esperar por ela durante todos os anos necessários, sem ter mais nenhuma outra pessoa também.
Ela orava e pedia que se fosse da vontade de Deus chegasse os seus 16 anos, e ela ainda estivesse na mesma igreja.
As surras começaram a se tornar não tão presentes. E o aniversário de 16 anos dela estava se aproximando.
Ela completara a tão esperada data, mas... nenhuma mudança. O pai disse que ainda estava recente.
E depois de quatro difíceis anos e seis semanas, tudo "começou". Até então, ele a pediu formalmente em namoro. E aquele foi o dia mais feliz da vida deles.
Mas nada foi como pensavam que seria. A falta de experiência, e a imaturidade dos dois causaram muitas marcas e mágoas.
Ele a magoou de certo modo que ela sofreu cerca de 6 depressões, e a 6ª foi uma depressão profunda.
Ele ficava arrasado por fazê-la sofrer, mas não achava um modo de ser uma outra pessoa.
E ela cometeu o erro de lhe dar um espaço em sua vida que pertencia a Alguém muito mais importante que qualquer um na face da Terra;
Ela terminou com ele, e voltou depois de 20min. Foram os minutos mais dolorosos de sua vida.
Onde ela presenciou a falta de ar, a ausência do chão, e a dor que rasgava-lhe sua alma.
Durante um bom tempo essa dor foi sua mais presente companheira.
Ela foi se tornando uma pessoa infeliz.
E eles dois tinham constantes revira-voltas.
E depois de anos, até mesmo de namoro, isso foi aos poucos se tornando apenas passado.
Eu não posso afirmar pra você que eles serão eternamente felizes. Mas posso dizer que "cresceram" e amadureceram.
Sabem o real valor do que sentem, e lembram pelo que lutaram. Souberam driblar e minimizar o difícil e triste passado, pra continuar a escrever a história pelo outro ângulo dela.
Depois de tudo o que foi sofrido, depois de todas as lágrimas derramadas, hoje me lembro do passado, e de como nos trouxe até aqui. Como a história toda foi regida por tristeza, pra me fazer uma pessoa feliz pela sua existência. Nesse mês se completam 8 anos desde que recebi o seu primeiro bilhete, meu amor.
E quero te contar algo, que não acredito que seja segredo. Espero permanecer com você até Deus chamar um de nós dois. Pois você é o amor da minha vida. E tudo o que sofremos não foi em vão.
Talvez um dia minha história renda um Best-seller. Porque não?
Não me importa o que renderá aos olhos das pessoas. Me importa e fortalecer e tornar eterno em nós.
Espero que as pessoas saibam que as coisas acontecem de um modo inesperado. E sim, talvez, um início ruim, seja necessário pra um caminho feliz.
 Me importa é saber que Deus me trouxe você. E que o tempo, e as pessoas, não conseguiram nos afastar, porque o que Deus une, homem nenhum separa.
Sou imensamente grata por Deus ter te posto em meu caminho. E hoje me sinto feliz por aquela mudança de igreja necessária. Deus me trouxe você. E mesmo com tantas dificuldades no passado, mesmo com uma história dolorosa, meu amor por você só aumenta a cada dia que passa. E ficaria imensamente feliz se ainda assim me fizesse companhia até depois dos meus 72 anos.
Essa é a minha vida, e esse é o meu amor. Igor Lopes Botelho.
Estarei com você, te apoio e te amo!
Sei que as coisas são difíceis, mas quero te lembrar que sempre foram. Mas a fé e nosso amor nos trouxeram longe. Saiba que sou sua amiga, e te apoiarei, e te amarei até que Deus queira o contrário.
Serei sua noiva, sua esposa, mãe dos seus filhos, e alguém com quem possa contar.
Sei que tenho minhas alterações de humor repentinas. rs
Mas terá de conviver com isso. rs
Eu amo você! Sempre amei! Você é o amor da minha vida. Há 8 anos, e para sempre.


 E essa a história que contarei para os meus netos. Grande demais para um post, mas a minha história de uma vida, que vale lembrar, que ainda não acabou.

Bem-vindo(a)

Talvez eu não tenha exatamente as palavras que buscava, ou talvez eu relate exatamente o que precisava saber. Mas uma coisa eu posso te assegurar, estou sendo sincera e falando da minha vida. Mas mesmo que isso não seja tão importante pra vc, sei que passamos todos pelas mesmas coisas, mesmo que a intensidade seja diferente em algumas delas. Mas pegue, um chá... se aprochegue, e me conheça, não pelo que vê, mas por minhas humildes e sinceras palavras e pensamentos.

Mesmo que para criticar, ou elogiar...

...fique a vontade.

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