Filosofias e lembranças da Pri

Minha mente nunca foi tão aberta à visita assim antes.

Não, esse não é apenas um texto sobre pessoas que morrem. Mas também sobre pessoas que simplesmente não voltam para o dia seguinte. Quer queiram tenham ido para outro lugar, ou simplesmente quer mudemos de setor no nosso trabalho.
É incrível como em tão pouco tempo criamos um laço, um vínculo firme de amizade com alguém.
São tantas as vezes em que somos traídos, ou apunhalados por pessoas que outrora chamamos de amigos.
Muitas vezes a confiança é algo que não conseguimos oferecer a uma nova pessoa que chega na nossa vida. Porque muitas vezes também o passado nos cega.
Mas então, eu me sento de frente para o pc, e permito que minha mente traga de volta "à minha frente", pessoas que já não vejo há um bom tempo.
Amigos até mesmo de jardim de infância. rs
Sim, eu me lembro de alguns.
Cada pessoa que cruza em nosso caminho traz uma coisa única, que fixa em nós, e nos ensina como andar.
Cada amigo que eu já tive na vida me ensinou alguma coisa. Me mostrou que não há só problemas, e também, que eu não estava sozinha. Nossas experiências serão sempre lembradas.

Quando eu estudava na segunda série, eu experimentei o que era ser "café-com-leite" no pique-pega. Noooosssaaa...você se lembra do "café-com-leite"?! rs
Ninguém queria ser, óbvio. E lógico que eu também não gostava de ser.
Eu tinha meus momentos de brincadeira, e momentos sérios. Mas naquela época eu nem sabia amarrar meus sapatos. rs
Eu não tinha amigos, com exceção de uma prima minha, Ana Carolina. Ela não era só prima, era como uma irmã pra mim. A única pessoa que eu tinha pra brincar, quando criança. Eu não tive aquela experiência de vôlei, ou queimado com crianças na rua numa tarde de domingo.
Quando fui para a terceira série, eu ainda era meio-autista. rs
Não me relacionava com amigos ou amigas. Sempre fui mais quieta e séria. (Quem me conhece pessoalmente, certamente irá estranhar esse fato. rs)
Mas sim, eu era quieta e séria. Não tinha muitos amigos. Na verdade, só minha prima.
E então eu cheguei ao segundo ano do ensino médio, e naquela época as coisas não eram nada fáceis. Uma adolescente "florescendo" em tempos de rebeldia. Tudo o que eu queria era rock e gritar.
Mas calma, cadê aquela menina séria e quieta?!
Pois bem, eu sofri porque prendia dentro de mim todos os meus medos, e fracassos.
Quis várias coisas pra me livrar disso. Mas nada que fosse me livrar de fato.
E então eu conheci Carolina Merat. Calma, não me estranhe. rs
Ela era uma pessoa completamente ao contrário de mim. Extravagante, exagerada, falante, desajeitada, alegre, altas gargalhadas, e um jeito diferente de lidar com as coisas que a colocavam para baixo.
Um dia, eu confessei a ela que queria pular de um prédio. Ela me puxou pelo braço, me sacudiu, e disse: Você é louca, garota?! Você vai fazer uma coisa pra mim.
Ponha os fones de ouvido, na música que mais gosta, ponha no último volume, e quando quiser pular novamente, pule em cima da cama. Pule até cansar!

Nossa, jamais imaginaria que uma atitude tão "ridícula" como aquela me ajudaria em alguma coisa.
Ela me ajudou a ser quem eu queria ser de verdade. A não me abarrotar de sentimentos ruins dentro de mim.
Quis ser como ela. Sem medo das coisas, e livre.
E então, disse que ela seria pra sempre a minha melhor amiga. Mas eu saí daquele colégio. E depois de alguns anos, posso dizer que ela é uma forte e boa lembrança. Alguém que me ajudou a entender algumas coisas.
Assim como Guilherme Lial. Um garoto chamado como "turista" no colégio. Alguém que não queria nada com nada. Mas uma coisa posso dizer, ele era muito inteligente. Rebelde, e gostava de um bom rock.
Ríamos, colávamos, matávamos aula, junto com o pessoal.
Ótimas lembranças, e uma amizade memorável.
Assim como Wandré Santana. Quando eu mais precisei, e não havia ninguém, ele estava lá.Com a mão estendida, com um abraço que poderia partir todos os meus ossos numa fração de segundos. Um irmão gêmeo, mas não de físico, mas sim de alma, de coração. Um menino ridículo, e chato. Que sabe me irritar como ninguém. Me chama de hobbit, e é humilhado por mim no "pump it up".
Adora artes marciais, acho que é por isso que ele é doido. Deve ter sofrido com um belo golpe na cabeça. rs Mas eu agradeço a esse golpe.
Com ele eu aprendi muuiiiitas coisas. Inclusive ajudar, e ser especial pra alguém.
Pra não falar palavrão perto de mim, usa expressões como "punk", "hardcore" e etc. rs. Se me ver falando isso, agora vai saber. Meu melhor amigo.

Eu posso dizer que eu tive os melhores amigos do mundo, ao longo de toda minha vida. Não, eu ainda não morri, e nem estou com 70 anos de idade. rs
Também sei, que ainda terei muitos amigos, e sei que irei aprender alguma coisa com cada um deles.

Todas as pessoas que passaram por mim, deixaram uma marca. E com elas, eu me lembro de todos eles. Porque não foram pessoas qualquer. Foram gente que me ensinaram a ser uma pessoa melhor.
A viver nas regras, e a saber a hora de deixá-las de lado. Me ensinaram a querer viver, mesmo se estiver num dia de lágrimas. Pessoas normais, que passam por ai, mas que têm um valor enorme na minha vida.
Agradeço, mesmo que não estejam mais presentes, ou se estiverem e o tempo que fiquemos juntos não seja mais o mesmo. Saiba que eu amo você. E eu não sou mais a mesma depois que conheci vocês. Nunca mais eu fui "café-com-leite" na vida de alguém. Despedidas são muito difíceis, e fazem sofrer. Mas quero que saibam uma coisa, se um dia as coisas não forem mais as mesmas, se não nos vejamos com a mesma frequência, ou se (Deus nos livre e guarde) houver alguma fatalidade, não se preocupe, você não será esquecido. Porque dentro de mim, ou por fora, ou por qualquer parte na minha vida, há uma partezinha de você, que me faz ser quem sou. Obrigado a todos por simplesmente existirem, e por fazerem, ou terem feito parte da minha vida. Contem comigo, do mesmo jeito que eu sempre soube que poderia contar com vocês. O tempo leva o corpo, mas o coração de vocês sempre estará interligado com o meu.

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Talvez eu não tenha exatamente as palavras que buscava, ou talvez eu relate exatamente o que precisava saber. Mas uma coisa eu posso te assegurar, estou sendo sincera e falando da minha vida. Mas mesmo que isso não seja tão importante pra vc, sei que passamos todos pelas mesmas coisas, mesmo que a intensidade seja diferente em algumas delas. Mas pegue, um chá... se aprochegue, e me conheça, não pelo que vê, mas por minhas humildes e sinceras palavras e pensamentos.

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