Filosofias e lembranças da Pri

Minha mente nunca foi tão aberta à visita assim antes.

Sabe, acabei de assistir ao filme "Diário de uma Paixão". E esse filme me tocou profundamente, e me fez relembrar uma história que eu vi há uns anos atrás. Permita-me contá-la.
Se quiser ouvir uma história previsível como as dos filmes de esportes, em que sempre tem vitória no final, então nem fique. Porque nem sempre tem sorrisos em alguns pontos finais. Durante algumas linhas trarão o sentimento de amargas lembranças, sem uma vitória triunfal.
Mas, se acalme. Não há apenas tragédia. Aliás, o amor verdadeiro não é aquele que se faz na Tv. E sim, aquele que faz o seu coração pulsar, seu sorriso se expandir instantaneamente, você saber quem você é, e se sentir a pessoa mais boba e feliz do mundo, quando seus olhos se deparam com uma pessoa que você não imaginou que seria. Pra uns sim, talvez. Mas, pra outros, seria qualquer outra pessoa. Porém, quando você o encontra, tem a certeza. Que não importa como o vento dance, ou a direção pra que ele leve a vida. Mas importa que aquilo, esse forte sentimento, terá sempre um lugar dentro de você. E não importa pra onde o seu corpo vá, seu coração sempre saberá a verdade.
Eu tenho aprendido com o meu "amigo", Nicholas Sparks, que amor, de fato, não é o que se vê banalizado, ultimamente, mas sim algo que faz um pra sempre ser real, independente das circunstâncias.
Então, deixe-me contar algo que vi há uns anos atrás.



Conheci uma menina, que desde pequena era quieta e tranquila. Embora não tenha se sentido totalmente livre durante algumas vezes, estava acostumada com sua vida.
Tinha uma vocação, e o dom de adorar a Deus.
Mas ainda assim, sentia que lhe faltava algo.
Até que um dia viu todo o mundo em que pisava girar numa outra direção.
Uma direção desconhecida. E ela era acostumada com aquela mesma rotina há anos. Se sentiu extremamente afetada, e tentou negociar. Mas não teve jeito.
Teve de sair da igreja que era há 11 anos. E viu toda a sua infância de um meio diferente. Parecia, e se sentia alguém diferente.
Bom, isso ocorre quando vemos uma mudança drástica na nossa vida depois de tantos anos num certo ponto.
Mas enfim, prossigamos.
Ela vestiu uma roupa qualquer, pois agora isso era o que menos importava. Estava no ápice do início da sua revolta.
Entrou na nova igreja, e se sentou ao fundo. Triste, observou o local, as pessoas que estavam lá, e por fim, o culto findou.
Entrou no carro com sua família, e trouxe a mente todos os que estavam naquele local. Sem nenhuma surpresa, a vida permaneceu a mesma durante alguns meses.
Até que ela começou a ouvir um ritmo diferente. Em que fazia seu sangue ferver, e a enxergar as coisas de um modo diferente. Ele lhe trazia um certo gosto de liberdade, mas acabou lhe afastando de quem era quando se dedicava a Deus.
Não que o ritmo lhe afastava de Deus. Mas os últimos acontecimentos lhe rasgavam por dentro.
Em dezembro de 2002, ela recebeu um bilhete de um menino estranho. Bem, até o momento ainda era estranho pra ela.
Um garoto que tocava um teclado cheio de figurinhas, e usava um aparelho que não lhe permitia escondê-lo.
Eram apenas crianças. Ela tinha 12 anos, e ele 14.
Ela pegou o bilhete com pura euforia esbanjada em sua face, e correu para uma das divisões da igreja e na mesma hora se pôs a ler.
O bilhete dizia que ele estava gostando dela de uma maneira diferente, e que desejava que ela permanecesse naquela igreja para que um dia pudessem ficar juntos.
O pai dela, obviamente, não gostou nem um pouco da história. E ao saber de tudo, logo lhe impôs uma série de proibições. Certa feita, ela levou uma surra ao chegar em casa, pelo simples fato do pai tê-la visto olhando para o rapaz.
Parecia tudo uma paquera de criança. Ao menos era do que todos chamavam na época.
E então tudo começou. Com o pai lhe impedindo de falar com ele, de vê-lo, e de ao menos estar perto dele, tudo que lhe restou foi escrever pra ele. Ao passar por ele na hora de ir embora, sentia sua pele arder, e queimar, e aos poucos lhe trazer algo nunca conhecido por ela, ao passar sua mão na dele pra despejar suas cartas.
E se passaram meses, em que tudo que lhe restava era se sentar na rede de sua varanda e reler o que queria ouvir dos próprios lábios dele, mas não podia.
Apareceu uma menina, que começou a gostar dele. Mas como a história rege, ele não se interessou por ela. Ela começou a fazer ameaças e a espalhar falsos boatos, em que acabaram piorando a situação dos dois.
O pai dela a chamou, e mais uma surra aconteceu.
Não adiantava o que falasse, o pai já estava cego pela raiva de toda a história indesejada por ele.
Logo tudo piorou, e as surras foram ficando mais constantes. E ela teve de tomar uma decisão dolorosa.
Escreveu uma carta pedindo que se afastassem por um mês, até as coisas melhorarem um pouco. Talvez você me pergunte. Como se afastar mais?!
Pois é. Sem bilhetes, sem olhares, sem toques, sem nenhum resquício de sentimento.
Foi difícil, mas suportaram. E então mais boatos, e mais surras.
Até que um dia, seu pai lhe surpreendeu na igreja, e a chamou para uma das divisões da mesma.
Lá ela se deparou com a criadora dos boatos. Quem lhe odiava. E quando pensou em se sentir aliviada, pois o pai faria justiça, o pai se pôs a brigar com ela na frente da outra menina. E por fim, depois que muitas lágrimas já tinham sidas derramadas naquela sala, ele mandou que a filha pedisse desculpas à menina que lhe fez todas as ciladas. Já que a menina afirmou que ela havia sofrido pelas mãos da filha dele, e não vice-versa.
Mesmo que amasse ele, mesmo que ele ainda fosse um de seus objetivos, mesmo que em uns dias atrás tinha dito pela primeira vez de sua vida um "Eu te amo" à alguém, e sem nenhuma sombra de dúvidas, tomou uma difícil decisão.
Era preciso. Pediu que ele se afastasse por completo, e lhe disse que não queria, e nem esperaria por mais nada. Achou que o caminho a seguir era abandonar aquela história.
Então meses se passaram, e por um lado o sofrimento era um pouco mais ausente, mas por outro lado, era uma chama que derretia-lhe por dentro suas esperanças, e seus sonhos. Ela havia perdido, ou deixado ir o seu maior sonho. O seu amor.
Ouviu a mãe dizer em uma conversa com a mãe dele que ele estava abatido, e estava sofrendo. Então só ai viu a hipocrisia de seu plano.
O sofrimento não consistia em permanecer sofrendo falsas acusações, e surras semanais. E sim na ausência de seu sorriso doce de criança. Aquele sentimento forte dentro de si, que queria lhe levar a algum lugar.
Então pegou o telefone e lhe enviou uma mensagem de desculpa. Lhe avisando que sabia o que queria, e que o amava.
Então os dois retomaram os bilhetes e o tempo de espera.
Agora só faltava mais um ano, já que o pai lhe mandou esperar pelos 16 anos.
Ela não tinha estado com nenhuma outra pessoa. E nem queria depois de conhecê-lo.
Ele também ainda não tinha sentido por outra pessoa o que sentia por ela. Ele a amava muito, e esteve disposto a esperar por ela durante todos os anos necessários, sem ter mais nenhuma outra pessoa também.
Ela orava e pedia que se fosse da vontade de Deus chegasse os seus 16 anos, e ela ainda estivesse na mesma igreja.
As surras começaram a se tornar não tão presentes. E o aniversário de 16 anos dela estava se aproximando.
Ela completara a tão esperada data, mas... nenhuma mudança. O pai disse que ainda estava recente.
E depois de quatro difíceis anos e seis semanas, tudo "começou". Até então, ele a pediu formalmente em namoro. E aquele foi o dia mais feliz da vida deles.
Mas nada foi como pensavam que seria. A falta de experiência, e a imaturidade dos dois causaram muitas marcas e mágoas.
Ele a magoou de certo modo que ela sofreu cerca de 6 depressões, e a 6ª foi uma depressão profunda.
Ele ficava arrasado por fazê-la sofrer, mas não achava um modo de ser uma outra pessoa.
E ela cometeu o erro de lhe dar um espaço em sua vida que pertencia a Alguém muito mais importante que qualquer um na face da Terra;
Ela terminou com ele, e voltou depois de 20min. Foram os minutos mais dolorosos de sua vida.
Onde ela presenciou a falta de ar, a ausência do chão, e a dor que rasgava-lhe sua alma.
Durante um bom tempo essa dor foi sua mais presente companheira.
Ela foi se tornando uma pessoa infeliz.
E eles dois tinham constantes revira-voltas.
E depois de anos, até mesmo de namoro, isso foi aos poucos se tornando apenas passado.
Eu não posso afirmar pra você que eles serão eternamente felizes. Mas posso dizer que "cresceram" e amadureceram.
Sabem o real valor do que sentem, e lembram pelo que lutaram. Souberam driblar e minimizar o difícil e triste passado, pra continuar a escrever a história pelo outro ângulo dela.
Depois de tudo o que foi sofrido, depois de todas as lágrimas derramadas, hoje me lembro do passado, e de como nos trouxe até aqui. Como a história toda foi regida por tristeza, pra me fazer uma pessoa feliz pela sua existência. Nesse mês se completam 8 anos desde que recebi o seu primeiro bilhete, meu amor.
E quero te contar algo, que não acredito que seja segredo. Espero permanecer com você até Deus chamar um de nós dois. Pois você é o amor da minha vida. E tudo o que sofremos não foi em vão.
Talvez um dia minha história renda um Best-seller. Porque não?
Não me importa o que renderá aos olhos das pessoas. Me importa e fortalecer e tornar eterno em nós.
Espero que as pessoas saibam que as coisas acontecem de um modo inesperado. E sim, talvez, um início ruim, seja necessário pra um caminho feliz.
 Me importa é saber que Deus me trouxe você. E que o tempo, e as pessoas, não conseguiram nos afastar, porque o que Deus une, homem nenhum separa.
Sou imensamente grata por Deus ter te posto em meu caminho. E hoje me sinto feliz por aquela mudança de igreja necessária. Deus me trouxe você. E mesmo com tantas dificuldades no passado, mesmo com uma história dolorosa, meu amor por você só aumenta a cada dia que passa. E ficaria imensamente feliz se ainda assim me fizesse companhia até depois dos meus 72 anos.
Essa é a minha vida, e esse é o meu amor. Igor Lopes Botelho.
Estarei com você, te apoio e te amo!
Sei que as coisas são difíceis, mas quero te lembrar que sempre foram. Mas a fé e nosso amor nos trouxeram longe. Saiba que sou sua amiga, e te apoiarei, e te amarei até que Deus queira o contrário.
Serei sua noiva, sua esposa, mãe dos seus filhos, e alguém com quem possa contar.
Sei que tenho minhas alterações de humor repentinas. rs
Mas terá de conviver com isso. rs
Eu amo você! Sempre amei! Você é o amor da minha vida. Há 8 anos, e para sempre.


 E essa a história que contarei para os meus netos. Grande demais para um post, mas a minha história de uma vida, que vale lembrar, que ainda não acabou.

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Talvez eu não tenha exatamente as palavras que buscava, ou talvez eu relate exatamente o que precisava saber. Mas uma coisa eu posso te assegurar, estou sendo sincera e falando da minha vida. Mas mesmo que isso não seja tão importante pra vc, sei que passamos todos pelas mesmas coisas, mesmo que a intensidade seja diferente em algumas delas. Mas pegue, um chá... se aprochegue, e me conheça, não pelo que vê, mas por minhas humildes e sinceras palavras e pensamentos.

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